quarta-feira, 9 de março de 2011

O FALSO EVANGELISMO !

É BRINCADEIRA...

Evangélicos no Carnaval 2011 de Salvador: Deus, Bíblia, placas, axé e até homens vestidos de mulher...
Para quem acha que carnaval é época de retiros para evangélicos, está muito enganado. Na festa em Salvador foi fácil encontrar evangélicos não só curtindo, mas com blocos próprios e até, em certos momentos, comandando a festa conhecida como “da carne”.

O jogador Neymar não esconde mais suas preferências e subiu no trio elétrico do grupo Leva Noiz para cantar um famoso axé. O jogador, que afirma ser evangélico da Igreja Batista Peniel, se vestiu a carater e cantou toda a letra com o vocalista do grupo. Seus pais, que compartilham da mesma fé, estiveram junto a ele durante toda a folia.
Outra que se diz fiel a Deus é Claudia Leitte. Mais uma vez a cantora falou sobre Deus em seu trio-elétrico e agradeceu ao Pai, em seguida pediu proteção para os foliões: “Vocês estão felizes? Peço que Deus os proteja. Vamos respeitar o próximo neste Carnaval. E que todos sejam bem-vindos!”, afirmou.
Mas mais do que palavras, dois solitários evangélicos levaram placas e Bíblias para o circuito Barra-Ondina. Em um calor de mais de 30ºC na sombra, os missionários tentavam convencer os foliões a lerem a Bíblia. Empunhando placas, a dupla de evangélicos mandou o recado: “Só Jesus tem as palavras de vida eterna” e “Não se engane. De Deus não se zomba”.
Um desses é André Geni, missionário e motorista de 31 anos, que diferente do que a maioria pode pensar, não pregava pelo fim do carnaval, mas sim que Deus estivesse na festa: “Queremos que as pessoas esqueçam a violência, as drogas e se lembrem de Deus. Podem brincar o Carnaval, mas Ele deve estar presente”, afirma.
Xanddy, do Harmonia do Samba, é o destaque em bloco de homens vestidos de mulher
Outro que a anos afirma ser da religião evangélica, Xanddy é vocalista do Harmonia do Samba e esposo da também evangélica Carla Perez que já levou hinos evangélicos para cantar em seu trio elétrico de axé.

Xanddy liderou o tradicional bloco “As Muquiranas” onde os homens devem estar vestidos de mulher para participar, o vocalista logicamente também participou da brincadeira. O tema deste ano foi sobre gueixas, famosas e antigas profissionais japonesas da arte da sedução. Cerca de 4,5 mil homens participaram do bloco.
“Vocês estão lindas! Estão bonitas demais. Vocês arrasaram”, disse Xanddy para o público e completou: “Agora, quem quer dançar grita ui”. Para o folião Humberto Neri é maravilhoso participar do bloco: “Vale a pena o sofrimento porque é uma sensação incrível desfilar aqui. Como são só homens, todos brincam, mas se respeitam” e o amigo Editon Silva completou brincando: “Neste bloco, levamos a sério a arte de seduzir”.
Fonte: Gospel+/A Notícia Gospel

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Por que estudar teologia ?

O primeiro motivo para estudarmos teologia é para aprendermos a pensar. Vivemos dias em que se aceita " tudo " em termos de mensagens e ensino de todos – pregadores, mestres e leigos – sem qualquer questionamento. E quando aprendemos a pensar, questionar e tirar conclusões das verdades bíblicas estamos como que a "filtrar" o que ouvimos ( 1Ts 5.21 ) e assim, amadurecemos como cristãos. Pensar por si só sem a ajuda de outrem, exceto do Espírito Santo, me parece um bom método para se interpretar e estudar as escrituras. Interpretar à luz do Espírito Santo se acautelando de depender de comentários ( usar os trabalhos e estudos de outros é bom, economiza-nos o tempo mas, depender deles é mortal ) é um bom príncipio a ser seguido.

A razão mais importante para estudar teologia é que ela nos capacita a obedecer à ordem de Jesus de ensinar os crentes a observar tudo que ele ordenou : "Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a obedecer a tudo o que lhes ordenei. E eu estarei com vocês sempre, até o fim dos tempos" ( Mt 28.19-20 ).

Ensinar todas as coisas que Jesus ordenou significa mais que meramente ensinar as palavras que ele falou enquanto andava neste mundo.

Lucas sugere que o livro de Atos dos Apóstolos contém a história do que Jesus continuou a fazer e a ensinar por intermédio dos Apóstolos, após a ressurreição ( At 1.1s ). Tudo que Jesus ordenou também pode incluir as cartas, visto que elas foram escritas sob a supervisão do Espírito Santo e também foram consideradas "mandamento do SENHOR" ( 1Co 14.37; v.tb.Jo 14.26; 16.13; 1Ts4.15; 2Pe 3.2; Ap1.1-3 ). Assim, em sentido mais amplo, tudo o que Jesus ordenou inclui todo o N.T.

Além disso, quando consideramos que os escritos do N.T. provam a absoluta confiança que Jesus e os escritores do N.T. tinham na autoridade e confiabilidade das escrituras do A.T. como palavras de Deus, torna-se evidente que não podemos ensinar tudo o que Jesus ordenou sem também incluir tudo do A.T.

A tarefa do cumprimento da grande comissão inclui, portanto, não somente a evangelização, mas também o ensino . E a tarefa de ensinar tudo o que Jesus nos ordenou é ensinar o que a totalidade da bíblia nos diz hoje. Aqui é onde a TEOLOGIA se torna necessária: para que aprendamos eficazmente e ensinemos outros o que a totalidade da bíblia diz, é necessário coletar e sintetizar todas as passagens da escritura sobre um assunto específico .

Pelo fato de que ninguém terá tempo para estudar o que a bíblia toda diz a respeito de uma questão doutrinária que possa ser levantada, é muito útil ter o benefício do trabalho de outros que têm pesquisado a escritura e descoberto respostas para vários tópicos. Portanto, a TEOLOGIA é necessária para ensinar o que a bíblia diz porque, em primeiro lugar , somos finitos em nossa memória e no tempo que temos disponível. Em segundo lugar, porque ela nos capacita a ensinar a nós próprios e a outros sobre a totalidade do que a bíblia diz, cumprindo assim a segunda parte da Grande Comissão.

OS BENEFÍCOS DA TEOLOGIA PARA A NOSSA VIDA

Embora a razão básica para estudar teologia seja que ela é um meio de obediência à ordem de nosso Senhor, há alguns benefícios adicionais que surgem de tal estudo.

Primeiro, estudar teologia ajuda-nos a derrotar nossas idéias erradas. Por haver pecado em nosso coração e porque temos conhecimento incompleto da bíblia, todos nós de vez em quando resistimos ou nos recusamos a aceitar certos ensinos da escritura. Por exemplo, podemos ter somente um entendimento vago a respeito de certa doutrina, o que torna mais fácil resistir a ela, ou talvez saibamos apenas um versículo a respeito do tópico e então tentamos atenuá-la.

É de grande ajuda para nós sermos confrontados com o peso total do ensino da escritura sobre um assunto de forma que sejamos prontamente persuadidos mesmo contra nossas inclinações iniciais erradas.

Segundo, estudar teologia ajuda-nos a ser capazes de tomar decisões melhores mais tarde sobre questões doutrinárias que possam surgir. Não podemos saber que novas controvérsias doutrinárias trarão a tona no futuro. Essas novas controvérsias algumas vezes poderão incluir perguntas que ninguém havia enfrentado antes. Para responder de maneira apropriada a essas questões, os cristãos deverão perguntar : "o que a totalidade da bíblia diz sobre o assunto ?" quaisquer que sejam as novas controvérsias doutrinárias nos anos futuros, os que tiverem aprendido bem a TEOLOGIA SISTEMÁTICA serão muito mais hábeis para responder as novas questões que surgirão. Isso se deve à grande consistência da bíblia; tudo o que a bíblia diz é de alguma forma relacionado a tudo mais que ela diz. Assim, as novas questões serão relacionadas a muito do que já tem sido aprendido da bíblia. Quanto mais minunciosamente o material anterior tiver sido aprendido, mais capazes seremos de tratar essas novas questões.

Esse benefício se estende de maneira mais ampla . Enfrentamos problemas em aplicar a escritura à vida em muito mais contextos que as discussões doutrinárias formais .O que a bíblia ensina a respeito do relacionamento entre marido e mulher ? A respeito de como criar os filhos ? A respeito de testemunhar a um colega de trabalho ? Que princípios a escritura nos dá ao estudarmos psicologia, economia e ciências naturais ? Como ela nos orienta em relação a gastar o nosso dinheiro, poupá-lo ou dizimá-lo ? A bíblia nos dá princípios que se aplicam a cada área de nossa vida, e os que aprenderem bem os ensinos teológicos da bíblia serão muito mais capazes de tomar decisões que agradem a DEUS nessas áreas práticas da ética também.

Terceiro, estudar teologia sistemática nos ajudará a crescer como cristãos. Quanto mais conhecemos a respeito de DEUS, a respeito de sua palavra, a respeito de seu relacionamento com o mundo e a humanidade, maior será a nossa confiança nele, mais plenamente o louvaremos e mais profundamente obedeceremos a ele. Estudar teologia sistemática de maneira correta nos fará cristãos maduros. Se isso não acontecer, é porque não estamos estudando do modo que DEUS quer.

De fato, a bíblia muitas vezes conecta sã doutrina com maturidade na vida cristã. Paulo fala de " ensino que é segundo a piedade " ( 1 Tm 6.3 ) e diz que sua obra como apóstolo é " levar os eleitos de Deus à fé e ao conhecimento da verdade que conduz à piedade " ( Tt1.1 ). Por contraste, ele indica que toda espécie de desobediência e imoralidade é contrária à sã doutrina ( 1 Tm 1.10 ).

Fonte:   Citação de ADILSON BENEVIDES SOBRAL em http://www.webartigos.com

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Teologia ao alcance de todos

Estarei postando no blog, uma série de estudos teológicos desenvolvidos por mim no decurso de minha caminhada cristã. Espero que todos possam absorver os estudos aqui contidos. É tempo de colocarmos os biscoitos nas prateleiras inferiores, a fim de que todos tenham o direito de  se alimentar.

Pregador de pregadores

Edificando Um Império Para Deus

Se naquele dia, na estrada de Damasco, Saulo tivesse encontrado um pregador e tivesse ouvido um sermão, ninguém nunca mais teria escutado falar dele. Mas ele se encontrou com Cristo. (Às vezes podemos nos esquivar dos pregadores e de ouvir sermões — e muitas vezes o conseguimos — mas não há como fugir de um encontro com Cristo). E naquele instante, sua filosofia de vida teve um confronto com a própria Vida. O zelote religioso exaltado encontrou-se com Aquele que batiza com fogo, e, em conseqüência disso, passou por uma transformação radical, e a. civilização tomou novos rumos. (Ó Senhor, aprouvera a ti fazer o mesmo de novo!) Embora até aquele dia ele fosse aos próprios olhos um impecável, rígido e legalista fariseu, pouco depois ele passou a se apresentar como o principal dos pecadores, aos olhos de Deus. E isso não nos espanta, pois ele foi para a igreja recém-nascida o que Herodes foi para o Cristo recém-nascido — transformando o negro inferno em um desespero de trevas ainda mais densas.

Aquele que já teve uma experiência com Deus nunca será dissuadido por argumentação humana, pois uma experiência com Deus que custa alguma coisa vale muito, e realiza uma obra em nós. O que Paulo vivenciou naquele dia não foi um experimento; foi uma experiência. Contudo, aquele seu encontro com o Senhor naquele dia deve ter sido além de transformador, bastante aterrador. Ele teve uma visão de Deus que o cegou, pois foi “mais resplandecente que o sol”. A partir daquele instante, Paulo se tornou cego para todas as honras terrenas. “Aqueles que honram a ti, Senhor, nunca me honrarão”, disse F. W. H. Meyer. O confronto de Saulo com Cristo primeiro estraçalhou seu sonho de glórias intelectuais e aniquilou seus prospectos para a vida terrena. Depois, já vencido, ele desce mais um degrau para entrar em outra batalha com Deus: o “desvestimento” a que se submeteu no deserto da Arábia (cujas experiências ele foi proibido de relatar).

E de alguma forma esse conquistador de almas para Cristo, com seu intelecto privilegiado e sua maravilhosa linhagem, recebeu seu Senhor não apenas como um substituto mas também como sua vida, numa identificação total com ele — “Morri (em Cristo)”. (E todos nós dizemos a mesma coisa com certa leviandade). Além disso, Paulo afirma em tom triunfante: “Cristo v-i-v-e em mim”. Vamos entender esse fato. Será que se nós déssemos esse mesmo testemunho, nossos amigos o confirmariam ou ririam de nós? Mas esse dedicado servo do Salvador ergueu-se de entre as cinzas do seu ego destruído, para ser o Sansão do Novo Testamento, arrancando os portões da História com os ferrolhos e tudo, e lavando os estábulos da corrupção asiática com o sangue de Cristo. Que homem abençoado!

Depois de obter a paz com Deus, Paulo declarou guerra a tudo que era contra Deus. Primeiro ele encantou os intelectuais de Atenas com seu doce e novo cântico do evangelho, mas terminou seu hino abruptamente, lançando mão da trombeta da ressurreição, o que espantou os atenienses, fazendo com que fugissem, assustados com a dureza dessa verdade.

Mas o que fazia esse homem rir das difíceis barreiras que enfrentava? Por que morria diariamente? Qual a razão de possuir força inigualável para enfrentar as adversidades que enfrentou? (2Co 11). Que explicação racional se poderia dar para o fato de haver suportado um fardo tão pesado? A resposta não está em nenhuma idéia que possamos ter, mas no bem redigido diário que deixou, onde expõe sua alma. Por mais espantoso que isso possa parecer, ele fez afirmações como “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Pensemos bem nisso. Ele não está afirmando que acredita no nascimento virginal de Jesus, nem diz que crê que ele ressuscitou, embora, naturalmente, cresse nesses fatos. O que ele diz é “Cristo vive em mim”. Antes, ele se encontrava nas profundezas da pecaminosidade (“Não sou eu, mas o pecado que habita em mim” Rm 7.17), mas saiu de lá e atingiu o ápice da espiritualidade: “Já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20). Que grandiosa transformação de vida!

A vida de Paulo foi exemplar. Ele não era uma “placa de sinalização”; era um verdadeiro guia. Ouçamos o que ele diz: “O que também aprendestes, e recebestes, e ouvistes, e vistes em mim, isso praticai” (Fp 4.9). Era realmente uma “carta viva”.

Mas a vida dele foi também excepcional. Será que alguém seria tão obtuso a ponto de afirmar que temos a mesma abnegação de Paulo? Parece que a melhor descrição para nós é “cada um se desviava pelo seu caminho” (I. B. B.). Ele foi excepcional pelo fato de haver escrito tantas cartas e fundado tantas igrejas. Mas vejamos outra vez a lista de adversidades que suportou, e que se encontra em 2 Coríntios 11. Será que ele está querendo mostrar-se mais sofredor que os outros mártires, ou apresentar suas qualificações para ser incluído entre os santos? Nada disso! Para ele, a posição, a linhagem e os privilégios são como refugo para ganhar a Cristo. E ele o ganhou, por sua obediência constante. Ele se mostrou excepcional em meio ao sofrimento — que lhe era imposto por outros; mas também foi excepcional na oração — que praticava por decisão pessoal. Se hoje houvesse mais crentes de oração, haveria também mais pessoas preparadas para o sofrimento. A oração desenvolve em nós o tônus espiritual, mas também nos acarreta mais sofrimentos; dá-nos resistência espiritual, e nos faz crescer em santidade; faz-nos fortes no espírito, e traz sobre nós o fogo.

Paulo invoca o testemunho do Espírito Santo para atestar sua declaração de que ele preferiria ser “anátema” para que seus irmãos fossem salvos (Rm 9.3). Madame Guyon fez uma oração quase idêntica. David Brainerd e João Knox também foram homens de sentimentos semelhantes. Quando foi, irmãos, ou onde foi, que já ouvimos uma oração assim? Nossas orações são muito mesquinhas; e por isso não obtemos grandes resultados. O princípio que rege a oração é o mesmo da colheita: se semearmos pouco, colheremos pouco; mas se semearmos com abundância, colheremos abundantemente. O problema é que estamos querendo colher muito sem ter aplicado muito.

A vida de Paulo também estava em expansão. Infelizmente, muitos de nós estamos satisfeitos em colher apenas os restos do ministério de outros. Mas o apóstolo não edificou sobre o fundamento de ninguém (1Co 3.10), pois sua mente não se achava presa a dogmas, a ponto de tornar-se uma máquina eclesiástica, a remoer incessantemente os mistérios filosóficos. Não passava horas e horas a especular sobre a personalidade de Daniel. Tampouco foi refugiar-se num laboratório para dissecar verdades espirituais, ou rotular cápsulas teológicas; nem também se punha a congratular-se consigo mesmo por sua capacidade de burilar termos que iriam ser empregados em futuros credos cristãos. E a razão disso é clara como o sol ao meio-dia.

Paulo não escreveu nenhuma obra sobre a “Vida de Cristo”; ele a demonstrou na prática: “Sou devedor”, (Rm 1.14). E até onde era humanamente possível, ele empenhou sua honra no esforço de saldar esse débito. E o preço poderia ser a prisão, pois ele preferia ser “o prisioneiro no Senhor” por alguns anos, do que ver seus irmãos prisioneiros do inferno para sempre. Ele fez uma consagração total, a custo da própria vida: “Quanto ao mais, ninguém me moleste”. (Gl 6.17). Havia-se consagrado totalmente a Deus. Cada batida de seu coração, cada pensamento que lhe passava pela mente, cada passo que dava, enfim, todo o anseio de sua alma — eram dedicados a Cristo e à salvação dos homens. Ele movimentava as sinagogas; promovia avivamentos ou tumultos — ou um ou outro, e às vezes os dois. (E hoje não vemos mais nenhuma das duas coisas.)

Embora seus companheiros de avivamento o tivessem deixado — “todos me abandonaram” (2Tm 4.16) — ele se apoiou nos “braços eternos” e prosseguiu. Escapou de um atentado contra sua vida mas, juntamente com seu pão de cada dia, ele vivia a morte diária, pois afirmou: “Dia após dia morro” (1Co 15.31). Bendito sofrimento o dele!

Ele produzia o fruto do Espírito; os dons do Espírito operavam nele. Realizava campanhas evangelísticas pelas cidades e ao mesmo tempo trabalhava consertando tendas para prover seu sustento. Meus irmãos pregadores, comparados com ele nós não parecemos tão sem valor? Houve ocasiões em que ele quase morreu de fome; e, no entanto, quando a mesa estava posta, ele jejuava. Desejava que todos os homens fossem abençoados; mas era capaz de desejar . que ele mesmo se tornasse anátema. Com um viver tão incomum, uma doutrina tão revolucionária, esse crente cheio do Espírito, esse que era um “espetáculo ao mundo”, constitui o equivalente cristão do fanático político do comunismo ateu. “Os crentes que se deixam consumir pelo fogo do Espírito são o equivalente humano do átomo fissionado que libera forças cósmicas”.

E esse Paulo transformado, extasiado e que em breve seria arrebatado, afirma que todos nós podemos ser iguais a ele. Vejamos o que ele diz quando estava presente o rei Agripa: “Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porém todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto essas cadeias”. Ele não diz que gostaria que todos escrevessem como ele escreveu, nem que todos fundassem igrejas como ele fundou. Nem diz que gostaria que todos “agissem como eu agi”, mas que fossem “tais como também eu sou” (1Co 7.7). E o mesmo Espírito que havia em Paulo pode estar em nós, para que nós, como ele, possamos identificar-nos com Cristo em sacrifício, ainda que não em serviço.

E aonde isso iria levar-nos, meu irmão? Não sei. (Nem anjos nem homens o sabem.) Mas sei onde isso começa — com uma vida transformada, não a vida que nós mesmos vivemos, mas aquela que Cristo vive em nós. Paulo viveu de forma gloriosa, e morreu em triunfo, porque se identificou com Cristo no sacrifício e no sofrimento. E nós também podemos viver e morrer dessa forma. Basta que o queiramos. 

Citação Livro Por que tarda o pleno avivamento? Ed Betânia ( excelente livro) é uma espécie de espada cravada no coração o conteúdo de sua mensagem. 

A cinderela desprezada...

Na igreja moderna, a reunião de oração é uma espécie de Cinderela. Essa serva do Senhor é desprezada e desdenhada porque não se adorna com as pérolas do intelectualismo, nem se veste com as sedas da Filosofia; nem se acha ataviada com o diadema da Psicologia. Mas se apresenta com a roupagem simples da sinceridade e da humildade, e por isso não tem receio de se ajoelhar.
O “mal” da oração é que ela não se acha necessariamente associada a grandes façanhas mentais. (Não quero dizer, porém, que se confunda com preguiça mental). A oração só exige um requisito: a espiritualidade. Ninguém precisa ser espiritual para pregar, isto é, a preparação e pregação de um sermão perfeito segundo as regras da homilética e com exatidão exegética, não requer espiritualidade. Qualquer um que possua boa memória, vasto conhecimento, forte personalidade, vontade, autoconfiança e uma boa biblioteca pode pregar em qualquer púlpito hoje em dia. E uma pregação dessas pode sensibilizar as pessoas; mas a oração move o coração de Deus. A pregação toca o que é temporal; a oração, o que é eterno. O púlpito pode ser uma vitrine onde expomos nossos talentos; o aposento da oração, pelo contrário, desestimula toda a vaidade pessoal.
A grande tragédia de nossos dias é que existem muitos pregadores sem vida, no púlpito, entregando sermões sem vida, a ouvintes sem vida. Que lástima! Tenho constatado um fato muito estranho que ocorre até mesmo em igrejas fundamentalistas: a pregação sem unção. E o que é unção? Não sei. Mas sei muito bem o que é não ter unção (ou pelo menos sei quando não estou ungido). Uma pregação sem unção mata a alma do ouvinte, em vez de vivificá-la. Se o pregador não estiver ungido, a Palavra não tem vida. Pregador, com tudo que possuis, adquire unção.
Irmão, nós poderíamos ter a metade da capacidade intelectual que possuímos se fôssemos duas vezes mais espirituais. A pregação é uma tarefa espiritual. Um sermão gerado na mente só atinge a mente de quem a ouve. Mas gerada no coração, chega ao coração. Um pregador espiritual, sob o poder de Deus, produz mentalidade espiritual em seus ouvintes. A unção não é uma pombinha mansa esvoaçando à janela da alma do pregador; não. Pelo contrário; temos que batalhar por ela e conquistá-la. Também não é algo que se aprenda; é bênção que se obtém pela oração. Ela é o prêmio que Deus concede ao combatente da fé, que luta em oração, e consegue a vitória. E não é com piadinhas e tiradas intelectuais que se chega à vitória no púlpito, não. Essa batalha é ganha ou perdida antes mesmo de o pregador pôr os pés lá. A unção é como dinamite. Não é recebida pela imposição de mãos, nem tampouco cria mofo se o pregador for lançado numa prisão. Ela penetra e permeia a alma; abranda-a e tempera-a. E se o martelo da lógica e o fogo do zelo humano não conseguirem quebrar o coração de pedra, a unção o fará.

PALAVRAS CÉLEBRES

A HISTÓRIA DO PORQUINHO

Há uma pequena e antiga história a respeito de um porquinho que é muito interessante e até bem apreciada. Certo fazendeiro decidiu que iria adotar um porquinho como seu animal de estimação. Afinal, por que apenas os cães e os gatos são considerados como tais?! Assim levou para casa o suíno, deu-lhe um banho demorado com bastante xampu, lustrou-lhe as unhas, perfumou-o com bom extrato estrangeiro e lhe adornou o pescoço com um laço de fita. Na sala, ele foi colocado sobre uma fina almofada de cetim. O porquinho estava indiscutivelmente simpático e até se comportando como um autêntico animal de estimação. Os visitantes ficaram impressionados com a transformação do suíno--um animal tão pouco afeito à boa aparência e sobretudo aos preceitos de higiene.
         Tudo parecia ir muito bem, até que alguém, abrindo a porta da frente, saiu e se esqueceu de fechá-la de novo. O porquinho saltou da almofada e deixando a sala saiu numa desabalada carreira, indo jogar se em cheio numa poça de lama, ao lado da horta da fazenda. Por quê? Porque na verdade, apesar do banho, dos adornos e de todos os recursos usados em favor da boa aparência do animal, no fundo ele continuava sendo porquinho. Sua natureza, seus interesses e preferências não mudaram. Apenas o lado externo fora transformado, mas interiormente ele se mantinha o mesmo, um suíno, apesar das aparências.


         Coisa semelhante acontece com o ser humano. Podemos lançar mão de uma pessoa, vesti-la bem, cobri-la de jóias e todos os demais acessórios que tão bem complementam a boa apresentação; fazê-la assentar-se no lugar mais visível e mais confortável de uma igreja; oferecer-lhe uma luxuosa Bíblia e achar que assim ela terá alcançado a perfeição espiritual. Bem, pode até ser que por algum tempo essa pessoa consiga impressionar a família, os amigos e os líderes religiosos. Entretanto, na primeira oportunidade que lhe for oferecida, direta ou indiretamente, de voltar ao seu ambiente no seio do mundo, havemos de ver brotar de imediato sua velha natureza com todos os instintos carnais.


         Mas, por que razão agem assim? Porque, na realidade, o seu interior, o coração com todos os desejos e interesses carnais e mesquinhos, não foi mudado. Não se operou na pessoa o que Cristo chamou de novo nascimento. Não houve nenhuma mudança de atitude; nenhuma transformação de sentimentos que a fizesse consciente da sua nova natureza. Por esse motivo as pessoas se tornam insaciáveis.


"Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Coríntios 5.17).